Trio paulista decepciona na estreia da Libertadores
Rodolfo Rodrigues
A primeira rodada da fase de grupos da Libertadores mostrou que os clubes paulistas precisam evoluir bastante para conseguirem reconquistar a América. O Corinthians, apesar da vitória, apresentou um futebol fraco e nem de longe conseguiu mostrar sua superioridade sobre o modesto Cobresal, do Chile. Assim como o Palmeiras, que só empatou com o estreante River Plate, do Uruguai. Já o São Paulo foi um vexame contra o pequeno The Strongest-BOL, clube que tem um elenco quase 30 vezes mais barato do que o Tricolor paulista.
Na terça-feira, o Palmeiras, em sua 16ª Libertadores, apenas empatou com o modesto River Plate, do Uruguai, estreante na competição. Mesmo com jogadores veteranos, como Fernando Prass e Zé Roberto, e experientes em Libertadores, como Jean, Arouca, Alecsandro e Barrios, o Palmeiras pouco fez para merecer a vitória no acanhado estádio Domingo Burgueño Miguel, em Maldonado.
O elenco do Palmeiras, do técnico Marcelo Oliveira (que nos últimos três anos ganhou dois Brasileiros e uma Copa do Brasil), está avaliado em 75,8 milhões de euros pelo site transfermarkt e é quarto mais valioso da Libertadores. Já o pequeno River Plate, que nunca ganhou o Campeonato Uruguaio (foi vice em 1992 e 2008), vale 11,1 milhões de euros (25º mais caro).
Ontem, o São Paulo conseguiu o pior resultado para os brasileiros. Em casa, no Pacaembu, perdeu para o The Strongest. O time boliviano, que desde 1982 não vencia fora de casa, conseguiu a segunda vitória da história de um time da Bolívia contra um brasileiro como visitante em 47 jogos (42 derrotas). Apenas o Bolívar havia vencido o Atlético-PR em 2002.
Tricampeão da Libertadores e brasileiro com mais participações no torneio (18), o São Paulo perdeu seu 9º em casa na história da competição em 85 jogos disputados como mandante. Foi a quinta derrota para um time estrangeiro (1 x 2 Palestino-CHI, em 1978; 0 x 1 Peñarol-URU, em 1982; 1 x 2 Colo-Colo-CHI, em 1987; 1 x 2 Chivas Guadalajara-MEX, em 2006). Nas três primeiras edições (1978, 1982 e 1987), o São Paulo acabou eliminado na fase de grupos. O time do técnico argentino Edgardo Bauza, bicampeão do torneio (em 2008 e 2014), mais uma vez mostrou um futebol apático. Na fase preliminar, suou para ganhar do pequeno Universidad César Vallejo, do Peru, no Pacaembu (fez 1 x 0 no final da partida). Terceiro elenco mais caro da Libertadores (80,1 milhões de euros), o São Paulo perdeu para The Strongest, avaliado em 2,8 milhões de euros (o 35º mais caro) ou o quarto menos valioso da Libertadores 2016.
O The Strongest, que disputa sua 22ª Libertadores, conseguiu até hoje como melhor resultado chegar às oitavas de final em 1990, 1994 e 2014. O time do veterano Pablo Escobar (que jogou pelo Santo André e Mirassol) e do volante Chumacero (que nem conseguiu ser titular do Sport em 2015), deu quatro chutes certos na partida contra o São Paulo (fez um gol e meteu uma bola da trave). O São Paulo, dos atacantes Alan Kardec, Rogério, Centurión, Kieza e Calleri, também deu apenas quatro chutes certos na partida (nenhum gol).
Já o Corinthians, campeão brasileiro, venceu o Cobresal, campeão chileno, com um gol contra nos acréscimos. A jogada do gol, que começou com o atacante Lucca, foi a única finalização certa da equipe de Tite na partida. O Cobresal, clube fundado em 1979, havia participado apenas uma vez da Libertadores, em 1986, quando foi eliminado invicto na fase de grupos. Avaliado em 7,7 milhões de euros, o elenco do time chileno é 29º mais caro da Libertadores e vale oito vezes menos do que o do Corinthians (62,3 milhões). Em campo, no deserto de El Salvador, na altitude de 2.600 metros, o que se viu foi um equilíbrio na partida. O Cobresal deu dois chutes certos e finalizou 11 vezes, contra 13 do Corinthians. O time chileno cruzou 22 bolas contra 10 do Corinthians. Além disso, o Cobresal fez 19 desarmes (5 do Corinthians) e teve 5 escanteios a favor, contra 4 do Corinthians. Na posse de bola, o time paulista foi levemente superior (55,2% a 44,8%).