Eliminatórias da América do Sul sem lógica nesse início
Rodolfo Rodrigues
Até os anos 1980, o futebol sul-americano era amplamente dominado por argentinos, brasileiros e uruguaios. Tanto na Copa América, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo ou na Copa Libertadores. Da década de 1990 para cá, outras seleções cresceram e passaram a roubar o espaço do trio, como a Colômbia e o Paraguai. Mais recentemente, Chile e Equador entraram nesse bolo. E até os pequenos Peru, Venezuela e Bolívia passaram a tirar pontos e conquistar resultados expressivos.
O equilíbrio na disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo, muitas vezes por conta dos jogos na altitude, vêm fazendo com que a competição seja totalmente sem lógica. Argentina, Brasil e Uruguai nunca terminaram juntos entre os primeiros desde que a competição passou a ser disputada no sistema de todos contra todos, em pontos corridos, nas Eliminatórias para a Copa de 1998. Mesmo quando não teve o Brasil, que como campeão ou país sede não jogou nas edições de 1998 e 2014.
Nas Eliminatórias para a Copa de 2018, o torneio começou dessa forma. O Equador até aqui é o único invicto e lidera a competição. Isso que o país foi o pior do continente na última Copa América. Nessa 5ª rodada, porém, empatou em casa contra o Paraguai (e com um gol no último minuto). O Chile, campeão da Copa América, que havia vencido o Brasil na estreia, perdeu em casa para a Argentina. Os argentinos, por sua vez, venceram apenas seu segundo jogo e têm seu pior início em Eliminatórias. Isso que os vice-campeões mundiais e da Copa América são os segundos colocados no ranking da Fifa e têm a segunda seleção mais cara do torneio.
O Brasil não fica atrás. Tem a seleção mais cara e tem também seu pior começo de Eliminatórias, como em 2002 (2 vitórias, 2 empates e 1 derrota). O time de Dunga, juntando os jogos da Copa América (2 vitórias, 1 empate e 1 derrota), tem apenas 55,6% de aproveitamento em jogos oficiais no continente. Muito pouco.
A atual classificação das Eliminatórias tem pouco em comum com o ranking da Fifa, com o ranking das seleções mais valiosas ou com o desempenho recente deles na Copa América de 2015, mostrando que o equilíbrio prevalece por aqui e que a lógica passa longe.
E o mesmo vale para o desempenho individual. Dois dos três melhores jogadores do mundo não brilham por aqui: Messi e Neymar. As estrelas do Barcelona, até aqui, não marcaram um gol. Luis Suárez, outro integrante do trio MSN, fez um (ontem, contra o Brasil). O artilheiro das Eliminatórias é o equatoriano Felipe Caicedo com 4 gols. Os artilheiros do Brasil (Douglas Costa, Renato Augusto e Willian, que juntos valem 76 milhões de euros), marcaram 2 gols cada. Mesmo número do boliviano Juan Carlos Arce, aquele jogou Corinthians, sem destaque, entre 2007 e 2008.
Classificação das Eliminatórias 2018
1º Equador (13)
2º Uruguai (10)
3º Brasil (8)
4º Paraguai (8)
5º Argentina (8)
6º Chile (7)
7º Colômbia (7)
8º Peru (4)
9º Bolívia (9)
10º Venezuela (1)
Ranking da Fifa
1º Argentina (2º no geral)
2º Chile (5º)
3º Brasil (6º)
4º Colômbia (8º)
5º Uruguai (11º)
6º Equador (13º)
7º Peru (42º)
8º Paraguai (43º)
9º Bolívia (72º)
10º Venezuela (75º)
Seleções mais caras (em milhões de euros)
1º Brasil (515,50)
2º Argentina (482,70 )
3º Uruguai (215,05)
4º Colômbia (202,25)
5º Chile (132,65)
6º Equador (68,9)
7º Paraguai (63,90)
8º Peru (27,45)
9º Venezuela (39,55)
10º Bolívia (3,20)
* Fonte: site transfermarkt
Desempenho na Copa América de 2015
1º Chile
2º Argentina
3º Peru
4º Paraguai
5º Brasil
6º Colômbia
7º Uruguai
8º Bolívia
9º Venezuela
10º Equador