O Campeonato Paulista definiu hoje seus semifinalistas e deu o óbvio, com os confrontos entre os quatro grandes. De um lado, Santos x São Paulo, do outro, Corinthians x Palmeiras. Estes duelos não serão inéditos em semifinais do Paulistão.

O campeonato passou a ter mata-matas em 1978. E de lá para cá, a fase semifinal foi disputada 21 vezes (nas outras edições o regulamento não previa essa fase). Em duas vezes, os confrontos de 2015 já aconteceram: em 1983, quando o Corinthians eliminou o Palmeiras e o São Paulo tirou o Santos; e em 2011, quando Corinthians e Santos avançaram para a final. Outras oportunidades em que os quatro grandes fizeram a semifinal, mas não nessa ordem, foram em 1987, 1999, 2000, 2009 e 2011.

Corinthians e Palmeiras, aliás, já se enfrentaram cinco vezes em semifinais de Paulista. E o alvinegro levou a melhor em quatro delas: 1979, 1983, 2003 e 2011. E em três ocasiões sagrou-se campeão depois (1979, 1983 e 2003). Já o Palmeiras passou apenas uma vez, em 1986, quando depois perdeu para a Inter de Limeira na decisão.

Paulistão de 1979 (Corinthians passou)
27/1/1980 – Corinthians 1 x 1 Palmeiras
30/1/1980 – Palmeiras 0 x 1 Corinthians

Paulistão de 1983 (Corinthians passou)
4/12 – Palmeiras 1 x 1 Corinthians
8/12 – Corinthians 1 x 0 Palmeiras

Paulistão de 1986 (Palmeiras passou)
24/8 – Corinthians 1 x 0 Palmeiras
27/8 – Palmeiras 3 x 0 Corinthians*
(1 x 0 no tempo normal e 2 x 0 na prorrogação)

Paulistão de 2003 (Corinthians passou)
5/3 – Palmeiras 2 x 2 Corinthians
8/3 – Corinthians 4 x 2 Palmeiras

Paulistão de 2011 (Corinthians passou)
1/5 – Palmeiras 1 x 1 Corinthians
(Nos pênaltis: Corinthians 6 x 5)

Já Santos e São Paulo já se enfrentaram em quatro semifinais e o time praiano leva vantagem com três vitórias, todas recentes (2010, 2011 e 2012), na era Neymar. E em todas acabou campeão. Já o São Paulo eliminou o Santos apenas uma vez, em 1983, quando depois foi vice-campeão ao perder a final para o Corinthians.

Paulistão de 1983 (São Paulo passou)
3/12 – São Paulo 2 x 1 Santos
7/12 – Santos 1 x 1 São Paulo

Paulistão de 2010 (Santos passou)
11/4 – São Paulo 2 x 3 Santos
18/4 – Santos 3 x 0 São Paulo

Paulistão de 2011 (Santos passou)
30/4 – São Paulo 0 x 2 Santos

Paulistão de 2012 (Santos passou)
29/4 – São Paulo 1 x 3 Santos

O Palmeiras ficou quatro anos sem jogar em sua casa durante a reforma do Parque Antártica. Nesse período, sofreu para conseguir levar bons públicos aos estádios que mandou seus jogos (Pacaembu, principalmente). A renda das partidas, como consequência, também eram baixas. Agora, em sua nova casa, o Allianz Parque, o Verdão vem dando um exemplo na média de público e, principalmente, na arrecadação.

Para se ter uma ideia, o time já arrecadou 16,6 milhões de reais no Paulistão. É mais do que a soma de todos os seus jogos como mandante nas últimas cinco edições do Estadual (16,2 milhões). Entre 2010 e 2014, em 49 jogos, o Palmeiras conseguiu ter uma renda superior a R$ 1 milhão em apenas uma partida, contra o Ituano, nas quartas de final de 2014. Agora, em 2015, a renda mais baixa do Palmeiras em um dos seus 8 jogos em casa foi de R$ 1.134.780,00. Em cinco jogos o clube teve renda superior a R$ 2 milhões, como no sábado, contra o Mogi Mirim. O clássico de ontem, entre Corinthians e Santos, teve renda de R$ 1.833.746,95.

Renda do Palmeiras nos últimos Paulistas:
2010 – R$ 2.142.978,00 (10 jogos)
2011 – R$ 2.548.992,00 (9 jogos)
2012 – R$ 3.492,816,00 (10 jogos)
2013 – R$ 2.348.865,00 (10 jogos)
2014 – R$ 5.659.075,00 (10 jogos)
Total – R$ 16.192.726,00 (49 jogos)

Em 2015 – R$ 16.646.075,00 (8 jogos)

Esse total arrecadado pelo Palmeiras em seus jogos no Allianz Parque é mais do que a soma do que conseguiram Corinthians (R$ 10.220.954,50), São Paulo (R$ 2.294.920,00) e Santos (R$ 1.885.635,00). Dos R$ 41,5 milhões arrecadados no Paulistão todo, 40% veio em jogos do Palmeiras.

Se comparado com outros Estaduais de 2015, o valor arrecadado pelo Palmeiras até agora (R$ 16,6 milhões) é mais do que todo o Campeonato Carioca (R$ 14,8 milhões), o Mineiro (R$ 6,7 milhões) e Gaúcho (R$ 10,1 milhões).

Ao bater o São Paulo por 3 x 0, ontem, no Allianz Parque, o Palmeiras conseguiu acabar com uma sérias de marcas negativas. O ótimo triunfo sobre o combalido rival serviu para o time quebrar o jejum de dez jogos sem vitória em clássicos. Veja a sequência:

2/2/2014 – 2 x 0 São Paulo (Paulistão)
16/2/2014 – 1 x 1 Corinthians (Paulistão)
23/3/2014 – 1 x 2 Santos (Paulistão)
17/7/2014 – 0 x 2 Santos (Brasileirão)
27/7/2014 – 0 x 2 Corinthians (Brasileirão)
17/8/2014 –1 x 2 São Paulo (Brasileirão)
19/10/2014 – 1 x 3 Santos (Brasileirão)
25/10/2014 – 1 x 1 Corinthians (Brasileirão)
16/11/2014 – 0 x 2 São Paulo (Brasileirão)
8/2/2015 – 0 x 1 Corinthians (Paulistão)
11/3/2015 – 1 x 2 Santos (Paulistão)
25/3/2015 – 3 x 0 São Paulo (Paulistão)

A primeira vitória do Palmeiras sobre um rival na nova arena foi também a mais elástica do time nos últimos 30 clássicos. A última vez que o Verdão havia vencido por uma diferença de três tinha sido no dia 10 de julho de 2011, quando bateu o Santos, do mesmo Muricy Ramalho por 3 x 0, no Pacaembu, em jogo válido pelo Brasileirão.

Já contra o São Paulo, essa foi a maior vitória dos últimos 21 confrontos do Choque-Rei. No dia 16 de março de 2008, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, o Palmeiras goleou o tricolor, de Muricy Ramalho, por 4 x 1. Desde então, foram cinco vitórias palmeirenses, oito empates e oito vitórias do São Paulo.

Se tivesse aproveitado melhor as oportunidades desperdiçadas (mais de 10 finalizações perdidas), o Palmeiras, que jogou com um jogador a mais desde os 9 minutos do primeiro tempo, e dois a mais desde os 33 do segundo, poderia até ter vencido por mais gols e, quem sabe, igualar a maior goleada do clássico. Há 50 anos, o Palmeiras ganhou por 5 x 0 pelo Rio-São Paulo. Mas não deu.

Outra curiosidade no clássico de ontem foi que o atacante Rafael Marques entrou para um seleto grupo de jogador do Palmeiras a marcar dois gols contra o São Paulo. Até hoje nenhum marcar três gols diante do tricolor do Morumbi – e olha que ontem o atacante palmeirense teve chances. Confira a lista de quem já marcou duas vezes contra o São Paulo no Choque-Rei:

Echevarrieta (4 x 1, dia 8/12/1940)
Caxambu (3 x 1, dia 17/9/1944)
Bóvio (3 x 3, 28/11/1948)
Brandãozinho (2 x 0, dia 15/10/1950)
Aquiles (3 x 2, dia 27/5/1951)
Lima (3 x 0, dia 13/1/1952)
Odair (4 x 0, dia 15/3/1953)
Américo (3 x 0, dia 3/4/1959)
Julinho (3 x 4, dia 23/4/1959)
Válter Prado (4 x 1, dia 6/4/1960)
Servílio (5 x 0, dia 19/5/1965)
Servílio (4 x 2, dia 9/10/1966)
Júlio Amaral (2 x 3, dia 3/11/1968)
Artime (3 x 0, dia 27/4/1969)
Toninho (3 x 2, dia 13/3/1977)
Jorge Mendonça (2 x 0, dia 6/11/1977)
Baltazar (3 x 1, dia 17/10/1982)
Mendonça (4 x 4, dia 16/3/1985)
Evair (4 x 0, dia 8/3/1992)
Evair (3 x 0, dia 1/11/1992)
Edmundo (2 x 2, dia 30/10/1994)
Müller (3 x 2, dia 28/4/1996)
Evair (4 x 4, dia 17/4/1999)
Rogério (2 x 3, dia 27/6/2000)
Vágner Love (2 x 1, dia 27/6/2004)
Robert (2 x 0, dia 21/2/2010)
Barcos (3 x 3, dia 26/2/2012)
Rafael Marques (3 x 0, dia 25/3/2015)

Sem entrar em campo pelo Palmeiras há mais de 100 dias, desde a última partida do Brasileirão, no dia 7 de dezembro de 2014, o meia Valdívia segue em recuperação de uma lesão muscular na coxa esquerda e continua sem previsão de retorno aos gramados.

Com o contrato para vencer em agosto desse ano, o chileno vem sendo alvo de especulações – Cruzeiro e Flamengo já manifestaram interesse no atleta de 31 anos. Por outro lado, o Palmeiras já prepara uma oferta para renovar com o meia que visa uma bonificação maior por partida disputada. Isso porque Valdívia vem sendo ausente em mais da metade dos jogos do time por temporada desde seu retorno, em 2010.

Para se ter uma ideia, no intervalo de um ano, de 20 de março de 2014 até hoje, o Mago disputou apenas 20 dos 60 jogos do Palmeiras no período (apenas 33%). Como comparação, o zagueiro Lúcio, de 36 anos, disputou no ano passado 47 dos 64 jogos do Palmeiras. Victor Luís, que ainda não se firmou como titular, fez 30 jogos nos últimos 12 meses.

Participação de Valdívia nos jogos do Palmeiras desde 2010:

Com um salário atual de R$ 500 mil, Valdívia recebeu cerca de R$ 6 milhões no último ano para disputar 20 partidas, sem contar outras bonificações. O que daria uma média de R$ 300 mil reais por jogo. Pela nova proposta do presidente Paulo Nobre, Valdívia receberia R$ 150 mil por mês mais R$ 50 mil por jogo. Se esse acordo estivesse valendo nos últimos 12 meses, o chileno teria recebido R$ 1,8 milhão de salários (12 x R$ 150 mil) e mais R$ 1 milhão pelos 20 jogos disputados (R$ 50 mil por partida), totalizando R$ 2,8 milhões. O que daria uma economia de mais de 50% do que foi gasto (R$ 3,2 milhões contra R$ 6 milhões).