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São Paulo e Palmeiras: grandes com as maiores secas de títulos estaduais
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Rodolfo Rodrigues

Até os anos 1990, os Campeonatos Estaduais eram prioridade para os grandes clubes do Brasil, que muitas vezes só disputavam o Brasileirão na mesmo ano – com exceção dos poucos que jogavam a Copa Libertadores. Desde então, com a Copa do Brasil, torneios sul-americanos e a constante participação na Libertadores, os Estaduais nos principais estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), acabaram relegados ao segundo plano. Ainda assim, a conquista deles acaba servindo para livrar os clubes de pequenas crises, ganhar um dinheiro extra com premiação e aumentar a lista de títulos, sem falar, é claro, na satisfação de qualquer torcedor. Por outro lado, a derrota numa decisão, num clássico decisivo ou uma eliminação precoce, ainda que o Estadual não seja prioridade, por gerar uma crise, muitas vezes ocasionando a demissão de um treinador antes do início do Brasileirão.

Para piorar, o jejum de títulos vira também um incômodo para as equipes. No Sul, o Internacional ganhou 12 dos 16 Gaúchos no século XXI, contra apenas quatro do Grêmio. Assim, abriu sua vantagem de títulos estaduais para nove sobre o rival (45 a 36). Além disso, venceu as últimas seis edições, deixando o Grêmio em um de seus maiores jejuns de estaduais. Já o Colorado, brigará em 2017 por seu segundo hexa – o outro foi entre 1969 e 1976.

Em Minas Gerais, o Atlético-MG perdeu a última final para o América-MG, mas segue na liderança de títulos no estado com 43 conquistas, cinco a mais do que o Cruzeiro, que tem 38 títulos. No século XXI, porém, a Raposa está na frente nas conquistas (oito a cinco).

No Rio de Janeiro, o Flamengo segue como o maior campeão estadual e também como o melhor do século. São 33 títulos no geral e sete no século, contra 31 do Fluminense (três no século), 24 do Vasco (três no século) e 20 do Botafogo (três no século).

Em São Paulo, o Santos é o grande destaque no século, ou mais especificamente nos últimos 11 anos. Desde 2006, o time ganhou sete títulos e foi vice em mais três edições – disputou as últimas oito finais. Assim, o Peixe subiu para o segundo lugar no ranking de títulos (22), ao lado do Palmeiras. O São Paulo caiu para o quarto lugar com 21, enquanto o Corinthians lidera com 27 conquistas.

Entre os 12 grandes clubes do futebol brasileiro, São Paulo e Palmeiras são aqueles então com as maiores secas de títulos estaduais. O Tricolor, campeão pela última vez em 2005, já está na fila há 11 anos e se aproxima de seu maior jejum no Paulistão, que é de 13 anos, entre 1957 e 1970. O Palmeiras, campeão em 2008, já não vence o Estadual há oito anos, sua terceira maior fila. O Verdão ficou 17 anos sem títulos entre 1976 e 1993, depois, 12 anos entre 1996 e 2008. E nos últimos 20 anos, ganhou apenas um título (2008).

Maiores jejuns de títulos estaduais entre os 12 grandes na atualidade:
11 anos
São Paulo (último título em 2005)

8 anos
Palmeiras (último título em 2008)

6 anos
Grêmio (último título em 2010)

4 anos
Fluminense (último título em 2012)

3 anos
Botafogo (último título em 2013)
Corinthians (último título em 2013)

2 anos
Cruzeiro (último título em 2014)
Flamengo (último título em 2014)

1 ano
Atlético-MG (último título em 2015)

0 ano
Internacional (hexacampeão gaúcho)
Santos (bicampeão paulista)
Vasco (bicampeão carioca)

Maiores jejuns de títulos estaduais entre os 12 grandes na história:
23 anos
Corinthians (1954-1977)

22 anos
Santos (1984-2006)

21 anos
Botafogo (1968-1989)

17 anos
Palmeiras (1976-1993)

14 anos
Grêmio (1932-1946)

13 anos
São Paulo (1957-1970)

12 anos
Flamengo (1927-1939)
Fluminense (1924-1936)
Vasco (1958-1970 e 2003-2015)

11 anos
Atlético-MG (1915-1926)
Cruzeiro (1945-1956)

8 anos
Internacional (1961-1969)


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